O que se viu, imediatamente ao início da quarentena, foi todo mundo dando um passinho à frente no domínio de tecnologias de comunicações pessoais e profissionais, canais de compra e venda e serviços passíveis de serem prestados a distância. E a jornada mal começou. Quem resistir a fazer diariamente um mínimo avanço que seja, corre o risco de ficar refém de um tipo de período “pré-histórico-corona-digital” muito difícil de ser abandonado. Assim como os indivíduos foram jogados num batismo tecnológico sem precedentes, as empresas também estão criando às pressas ferramentas digitais de venda e de relacionamento, ou estão testemunhando a sedimentação acelerada de canais que já estavam criados porque seus empreendedores já tinham entendido pra que lado ia o futuro.

Sem poder visitar o comércio, é natural que os consumidores fiquem atentos ao que as empresas têm a oferecer

Com o distanciamento social, as pessoas no Brasil elevaram em 81% o seu consumo de mídia, e o crescimento do e-commerce foi de 2,3 vezes, conforme divulgado pela Kantar Ibote Media, em Zero Hora (13/07/20). Segundo o estudo, as pessoas aumentaram o uso de pelo menos quatro meios midiáticos, incluindo canais convencionais como rádio e tevê. Desse grupo, mais da metade afirmou prestar atenção a anúncios publicitários além dos conteúdos, o que é compreensível, pois, sem poder visitar o comércio, é natural que os consumidores fiquem atentos ao que as empresas têm a oferecer. Essa migração tem exigido de ambas as partes investimento de tempo, nervos e dinheiro, três insumos bem curtos no momento. Porém, temos que admitir que tantas facilidades digitais já poderiam ter sido incorporadas bem antes, para o nosso conforto e sem nenhum prejuízo à nossa vida e aos nossos negócios.