O novo coronavírus traz o “novo” não apenas no nome. Nas comunicações de massa, por exemplo, já se vê as novidades que o confinamento impõe: jornalistas e artistas trabalhando em cenários domésticos, com trajes caseiros e com a presença assumida de parentes, filhos e pets. Embora persistam coberturas jornalísticas externas, grande parte das reportagens está sendo feita a partir de contatos virtuais, e se vê de tudo, até âncoras de noticiários em estúdios improvisados na varanda de suas casas ou na sala de visitas mesmo. Outro procedimento inédito, sem impacto objetivo mas de grande simbolismo, é o de entregar o microfone ao entrevistado, gesto que seria impensável antes da pandemia. Mas cabe fazer destaque à novidade no jornalismo de repercussão importante e positiva, que contraria a lenda de que notícia boa não vende jornal.

Ou porque ninguém aguenta só notícia ruim ou porque é também uma realidade inegável, o jornalismo abriu espaço para as boas notícias.

 

Há pelo menos duas semanas, as redações inauguraram seções específicas para a divulgação de casos de criatividade e solidariedade no enfrentamento da doença, dando voz a pessoas e empresas. Que excelente notícia, pois, nesse momento em que tudo conta, estimular o otimismo e os bons exemplos não pode ser visto como ingenuidade jornalística, mas sim como um compromisso de quem tem o poder da comunicação nas mãos.