“Até um relógio parado está certo pelo menos duas vezes ao dia”. Alguém me largou esse ditado semana passada, obviamente se queixando de um outro alguém que vivia para criticá-lo sem trégua. Sempre achei esse adágio bonitinho por produzir na minha mente a imagem de um relógio carrancudo e silencioso, esperando pacientemente os dois momentos do dia em que ele seria o dono da verdade. Mas dessa vez, ao ouvir a metáfora, eu pensei no relógio como uma empresa sem projeto de comunicação que espera calada por eventuais oportunidades de reconhecimento. Será que existe mesmo recompensa para empresas que permanecem inertes?
Em comunicação, quando a gente se movimenta, os resultados nem sempre correspondem imediatamente às expectativas. Porém, para quem não está fazendo nada, é grande a probabilidade de nada acontecer.
É fato que casualidades e coincidências até ocorrem: num dia um cliente descobre a marca e comenta nas redes sociais, noutra semana um jornalista cita um produto por acaso… Mas episódios fortuitos, por mais bacanas que sejam, sem ritmo e sem foco são gotas de água no deserto. Depender apenas da conjunção dos planetas é arriscado. Não se fie unicamente nas esmolas dos astros. Eles andam muito sobrecarregados ajeitando o destino das pessoas e do nosso próprio Planeta – que já se sabe – anda uma loucura.
Ruza Amon